Sobre mim/About
Olá,
Eu sou a Natércia, mas os meus amigos tratam-me por Naná, para abreviar.
Na minha família, especialmente a materna, a minha avó bordava de forma exímia e a minha mãe fazia crochet e costurava roupa para mim. A minha tia paterna faz trabalhos em crochet absolutamente fantásticos!
Cresci a ver a minha mãe talhar roupa, remendar colarinhos e punhos em camisas e cós e bainhas em calças, e houve sempre o som da velhinha Singer a pedal como ruído de fundo.
Adorava cirandar em torno da minha mãe sempre que ela costurava. Cresci a pedir-lhe que me ensinasse a costurar e a fazer crochet.
Vera, a minha mãe, a quem decidi dedicar este blog, decidiu ensinar-me os rudimentos da costura, pelo que começou pelo princípio, pela costura à mão, a dar pontos atrás, ponto escondido, a fazer bainhas. Ensinou-me a enfiar a máquina de costura e como começar a fazer as primeiras costuras em amostras de tecido. Lembro-me de me aborrecer a fazer carreiras de pontos atrás e de as costuras na máquina saírem sempre tortas...
Aos meus 8 anos ensinou-me os pontos mais básicos de crochet e eu cheguei a fazer uma alcofa pequenina, que era muito usada na região algarvia para colocar bolinhos de figo ou de amêndoa.
O tricot fascinava-me e eu pedi tanta vez à minha mãe para me ensinar. Ela tentou, tantas mas tantas vezes... sem sucesso!
Por ser uma menina impaciente e voluntariosa, a contrastar com o feitio paciente, calmo e sereno da minha mãe, acabei por desinteressar-me porque achava que a aprendizagem tinha que ser rápida, ao ritmo dum estalar de dedos.
Ah... se arrependimento matasse... Quando me interessei novamente por todas as coisas feitas à mão, quis a Vida que a minha mãe já me tivesse deixado...
Por volta dos meus 32 anos, já depois de ter sido mãe, decidi recuperar a velhinha Singer de pedal (fabricada em 1903) e trazê-la para minha casa. Com a ajuda do meu marido, ela ficou limpinha e pronta a costurar como sempre.
Acho que o bichinho da costura me mordeu e comecei a interessar-me não só pela roupa confeccionada, mas também pelo patchwork.
Depois de ter frequentado um workshop de feltragem, comprei um novelo de fio de algodão de crochet e por mera curiosidade decidi ver se ainda sabia fazer crochet. Fiquei agradavelmente surpreendida ao descobrir que sim, e que conseguia manobrar a agulha de barbela com a mesma desenvoltura com que o fazia aos 8/9 anos. Nesta altura, comecei a recorrer ao Youtube para aprender todos aqueles pontos que antes não aprendera.
Um ano mais tarde, tive a oportunidade de aprender a bordar à mão, a fazer ajour e a tricotar, com as aulas "privadas" da D. Amália, mãe de uma grande amiga minha.
Hoje em dia, faço crochet e tricoto numa base quase diária, bordo ocasionalmente e costuro menos do que desejaria. É no crochet que me sinto mais à vontade, e enquanto manejo a agulha sinto-me feliz, focada e de alguma forma ordeno os meus pensamentos mais ruidosos e encontro paz.
Em Setembro de 2015 decidi gravar o meu primeiro podcast em português sobre crochet, tricot e costura e outros crafts que me despertem o interesse.
Em Setembro de 2015 decidi gravar o meu primeiro podcast em português sobre crochet, tricot e costura e outros crafts que me despertem o interesse.
Já não consigo imaginar a minha vida sem os meus "crafts", porque estes fazem parte de mim e de quem sou.
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Hello,
My name is Natércia, but my friends call me Naná, for short.
In my family, particularly on my mother's side, my grandmother embroidered exquisitelly and my mother crocheted and used to sew lots of clothes for me. My aunt (my dad's older sister) creates astoundingly beautiful crocheted pieces!
I grew up seeing my mother making clothes from scratch, mend shirt's colars and cuffs, pant's and skirt's waistbands and hemming trousers. And all that time there was always the sound of an old Singer threadle sewing machine in the background.
I used to love hovering over my mother everytime she sewed. I grew up asking her to teach me how to sew and crochet.
Vera, my mother, to whom I decided to dedicate this blog, finally acepted to teach me the basics of sewing, but she started at the very basic thecniques, so she began by teaching me how to hand sew, how to make a backstitch, an invisible stitch, how to hem a piece. She taught me how to thread the sewing machine and how to begin making my firts sewed samples with fabric. I remember getting bored while making straight seams one after the other, and they always turned out crooked...
When I was 8 years old, she taught me the basic crochet stitches and I even got around to making a little carrycot, a piece very much used in the Algarve region to serve fig or almond traditional cookies.
I was fascinated by knitting, so I asked my mother so many times to teach me. She did try, so many times... unsucessfully!
Because I was such an impatient and willful little girl, as opposed to my mother's very patient, calm and smooth temperament, I ended up loosing interest, because to me learning had to be quick, like snaping your fingers quick.
Oh... how I regret it now... When I got interested again by things handmade, Life had already taken my mother away...
Around the age of 32 anos, after being a mother, I decided to recover the old Singer threadle sewing machine (manufactured in 1903) and I brought it home from my parent's house. With the help of my husband, she was pristine and ready to sew again, as always.
I think the sewing bug got to me, and so I began to be interested not only in sewing clothes, but also patchwork.
After attending a wool felting workshop, I bought a skein of cotton thread, usually used in crochet, and out of pure curiosity I tryed to see if I could still crochet. I was happily pleased to discover that I still knew how to crochet, and that I could still use that barbed hook, just as when I was 8/9 years old. By this time, I began to use Youtube as a resource to learn all those stitches that I hadn't learned before.
A year later, I had the opportunity to learn how to embroider by hand, how to ajour and how to knit, by having private classes with D. Amália, the mother of a good friend of mine.
Nowadays, I crochet and knit in a daily basis, I embroider occasionally and sew a lot less than I desired. I feel most confortable at crochet and while I am swaying the hook I feel happy, focused and I somehow put my most loud thoughts in order, and find some peace of mind.
In September 2015 I decided to tape my very first podcast in portuguese, about crochet, knitting, sewing and other crafts I might be interested in.
In September 2015 I decided to tape my very first podcast in portuguese, about crochet, knitting, sewing and other crafts I might be interested in.
I no longer can imagine my life without my crafts, because they became part of me and of who I am.
Olá nana aconteceu um acidente com o teu comentário nunca mais uso o tablet para mexer no blog. Eliminei mas foi sem querer ;( beijos
ResponderEliminarA manta que está a bordar é linda :)
ResponderEliminarOlá Naná, gostei muito de conhecer este bocadinho de si. Ao ler a sua história retratei-me nela como se da minha se tratasse. Aquele bichinho doado pelas nossas mães é qualquer coisa que fica para sempre. Costumo dizer a brincar que de sempre me conheço com uma agulha na mão...
ResponderEliminarParabéns pelos trabalhos que nos vai mostrando e força para continuar.
Beijinhos
Sabes Naná, a minha pequena anda toda entusiasmada com o tricot… o que me dá motivação é fazer algo para quem gostamos e ao mesmo tempo sinto-me relaxada e com a cabeça em paz quando faço trabalhos manuais. Mas o facto da pequena querer aprender dá-me um gosto especial...
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